quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE PROFESSORES NAS NOVAS PROPOSTAS PARA OS CURSOS DE LICENCIATURA

Análise do texto escrito pelas autoras: Pura Lúcia Oliver Martins - PUCPR e Joana Paulin Romanowski- PUCPR, apresentado no XV ENDIPE. 2010. p. 60-80.

Problema:
Ao longo dos estudos e práticas na formação do educador desenvolvem-se num processo de pesquisa-ensino que problematiza a prática pedagógica, analisa-a criticamente e propõe novas práticas tendo em vista contribuir, por um lado, com a ação docente dos envolvidos na pesquisa e, por outro, coma área da Didática, levantando princípios relativos ao seu campo de conhecimento e ao processo metodológico para o seu ensino, na formação de professores.

Objetivos:
·         Sistematizar momentos históricos que marcam as práticas pedagógicas desenvolvidas por professores dos vários níveis de ensino ao longo das últimas três décadas.
·         Focalizar atualmente a Didática nos processos de formação de professores nos cursos de licenciaturas, diante das novas diretrizes estabelecidas para estes cursos pelo Conselho Nacional de Educação no ano de 2002.

Justificativa:
Nossa inserção acadêmica na área no início da década de oitenta do século passado, coincide com um momento de intensa discussão em torno da identidade da Didática. Hoje, quase três décadas depois, quando o ENDIPE realiza a XV edição e a ANPEd realiza sua 33ª. reunião anual, o GT de Didática, faz um balanço de sua trajetória e nas discussões do grupo a identidade da área e seu objeto de estudo, seu lugar na formação de professores são colocados novamente em questão. E novamente somos chamados a refletir sobre o campo da Didática, a especificidade do seu objeto de estudo e sua importância nos processos de formação de professores.

Metodologia:
Apoiadas no eixo epistemológico da teoria como expressão de ações práticas e, em sintonia com o movimento de revisão da Didática, foi possível desenvolver e sistematizar uma metodologia de sistematização coletiva do conhecimento (MARTINS, 1989) e princípios orientadores para o campo da Didática (MARTINS, 1998), além de sistematizar momentos históricos que marcam as práticas pedagógicas desenvolvidas por professores dos vários níveis de ensino ao longo das últimas três décadas. No atual momento, nossos estudos focalizam a Didática nos processos de formação de professores nos cursos de licenciaturas, diante das novas diretrizes estabelecidas para estes cursos pelo Conselho Nacional de Educação no ano de 2002.

Referencial teórico:
André (1999), Romanowski (2002), Balzan e Paoli, (1988), Candau (1988), Lüdke (1994), Gatti (1997), entre outros.

Considerações Finais:
A formação pedagógica do professor é pouco valorizada nos cursos de licenciatura, assim, a reconstrução do conhecimento da área não se faz por meio de reflexões exclusivamente teóricas, mas emerge das contradições presentes na prática de nossas escolas, expressando a prática de seus agentes ao vivenciarem essas contradições.
Enquanto no período de 1985 a 1988 a didática trouxe como ênfase a dimensão política do ato pedagógico; no período de 1989 a 1993 a área trouxe para o centro das discussões a questão da organização do trabalho na escola e no período de 1994 a 2000 focalizou a questão da produção e sistematização coletiva de conhecimento (MARTINS, 1998); nesse início de século, esboça-se um quarto momento caracterizado pela ênfase na aprendizagem: “aprender a aprender” que tem sua centralidade no aluno como sujeito, não mais como um ser historicamente situado, portador de um conhecimento que adquire na prática laboral, mas um sujeito intelectualmente ativo, criativo, produtivo, capaz de dominar os processos de aprender (MARTINS, 2008).
Nesse sentido, entende-se que a perda de espaço da Didática numa dimensão mais ampla e a valorização das didáticas específicas e metodologias específicas das áreas de conhecimento nas atuais propostas de formação de professores expressam o novo momento do capitalismo no qual “as novas formas de exploração e controle da força de trabalho exigem um novo tipo de trabalhador, uma vez que a produtividade repousa cada vez mais na utilização do trabalho complexo”. (SANTOS, 2005, p. 42).

Postado por Lília Maria Mendes Bernardi

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